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Esporotricose: subnotificação e mitos sobre a doença mascaram a realidade

Foto do escritor: Brasil CotidianoBrasil Cotidiano

Transmitida por fungos, a zoonose coloca os gatos no centro do debate. Entenda os riscos, mitos e como prevenir

Crédito da foto:Divulgação
Crédito da foto:Divulgação

A esporotricose, uma micose profunda causada por fungos da família Sporothrix , avança pelo Brasil se transformando em uma epidemia urbana. Antes restrita às áreas rurais, a doença agora assombra grandes centros, com gatos frequentemente associados à sua transmissão. Segundo a médica-veterinária e consultora da rede de farmácias de manipulação veterinária DrogaVET, Farah de Andrade: "Os gatos não são os vilões, mas sim as vítimas, que precisam de cuidado e proteção".



Classificada como zoonose, a infecção ocorre quando o fungo penetra nas camadas profundas da pele de humanos e animais, geralmente por meio de cortes ou feridas. Em humanos, os sintomas variam de lesões, semelhantes a picadas de mosquito até formas graves, como a pulmonar, que pode ser confundida com tuberculose. Nos gatos, a esporotricose é ainda mais agressiva, com feridas ulceradas que evoluem rapidamente, podendo atingir o sistema linfático e os órgãos internos.



Cenário alarmante: números em ascensão



Estados como Paraná, São Paulo e Pernambuco registraram aumentos exponenciais antes mesmo da notificação compulsória da doença. No Paraná, por exemplo, os casos humanos saltaram de 253, em 2022, para 853 em 2023. Entre os felinos, o crescimento foi ainda mais expressivo: de 1.412 para 3.290 no mesmo período.


Em São Paulo, 403 casos humanos foram confirmados até setembro de 2023, contra 388 no mesmo período do ano anterior. Já Pernambuco registrou 287 diagnósticos humanos em 2022 e 155 até outubro de 2023.


“No fim de janeiro deste ano, a esporotricose humana passou a fazer parte da Lista Nacional de Notificação Compulsória e deve ser registrada no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) , o que nos dará, em um futuro próximo, uma perspectiva mais realista do avanço da doença. Esperamos que, com isso, iniciativas públicas e maior conscientização da população resultem no melhor controle da esporotricose”, comenta o médico-veterinário e presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná, Dr.


Gatos: vítimas, não vilões



A associação equivocada entre gatos e a transmissão da esporotricose tem levado a atitudes extremas, como o abandono e até o sacrifício desses animais. “Assim como ocorreu com os macacos durante a febre amarela em 2018, os gatos estão sendo injustamente prejudicados. Eles são vítimas da doença, não os responsáveis por sua propagação”, alerta a Dra. Farah.


O abandono de animais doentes, além de ser crime de maus tratos, agrava a situação. “Ao descartar um gato com esporotricose, o responsável não só condena o animal, mas também cria novos focos de doença, contaminando o ambiente e colocando outras vidas em risco”, explica Sasaki. Recentemente, o CRMV-PR promoveu uma ampla campanha de conscientização da população sobre a importância de não deixar os gatos com acesso às ruas, além da responsabilidade com o tratamento e a higiene ambiental.



Sinais clínicos e prevenção



Em humanos, os sintomas incluem feridas na pele, febre, dor e, em casos graves, dificuldades respiratórias. Nos gatos, as lesões ulceradas são o primeiro sinal, seguidas de secreções, falta de apetite e letargia. “Quanto mais rápido o diagnóstico, maiores as chances de cura. A esporotricose tem taxas de cura superiores a 90% quando elaboradas especialmente”, reforça Farah.


As principais medidas preventivas são:


Manter os animais dentro de casa;

Realizar passeios apenas com supervisão;

Castrar os animais de estimação para evitar fugas e contato com outros animais;

Utilização de luvas ao manipular terra, plantas ou animais suspeitos;

Isolar e desinfetar diariamente o ambiente dos animais em tratamento.


Tratamento: alternativas para facilitar a adesão



A conscientização sobre a doença, o diagnóstico precoce e o tratamento correto são fundamentais para frear o avanço da esporotricose. “Existe tratamento para esporotricose, porém, ele é longo e os felinos não costumam aceitar a administração de remédios facilmente. Por isso, o manuseio de medicamentos é uma excelente alternativa. Fórmulas com aromatizantes, como salsicha, linguiça ou frango e formas farmacêuticas, como massa oral ou molho, facilitam a adesão ao tratamento”. A DrogaVET manipula antifúngicos como itraconazol, iodeto de potássio, cetaconazol, terbinafina e fluconazol e ainda pode combinar fórmulas com silimarina ou silibina (hepatoprotetores). Os medicamentos de uso tópico também podem ser prescritos e manipulados para controle de lesões.


A doença não é uma sentença de morte, mas exige atenção e ação coletiva. Enquanto os números aumentam, a desinformação e o abandono de animais continuam a alimentar a epidemia. Combater a doença exige união, educação e, acima de tudo, responsabilidade.


Sobre a DrogaVET


A DrogaVET está sempre em busca de soluções nos segmentos de manipulação veterinária, respeitando integralmente todos os princípios éticos que regem a produção de medicamentos e sua aplicabilidade em animais. Pioneira no segmento de farmácias de manipulação, a rede, que surgiu em 2004, já conta com mais de 100 unidades no Brasil, unindo tecnologia, inovação e o conhecimento de uma equipe altamente especializada de farmacêuticos e veterinários. Mais informações no site www.drogavet.com.br .


Por assessoria de imprensa.

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