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Hospital Abelardo Santos realiza mais de 13 mil hemodiálises em 2024

Em Icoaraci, a unidade do governo estadual é referência no atendimento à mulher e à criança, em frentes pediátricas como pronto-socorro e cirurgia





Até o sétimo mês de 2024, o Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), em Belém, realizou mais de 13,1 mil procedimentos de hemodiálise, com uma média de 1.872 sessões mensais. Esse tratamento, voltado para pacientes com doença renal crônica ou insuficiência renal aguda, é necessário e inclui orientações importantes, como a gestão controlada de líquidos para evitar a piora dos quadros clínicos.


Desta forma, a equipe do Serviço de Terapia Renal Substitutiva (STRS), em parceria com a Comissão de Humanização (CH) e o Serviço de Nutrição e Dietética (SND) do HRAS, tem trabalhado para conscientizar os pacientes sobre a importância do controle de líquidos. Devido à capacidade reduzida ou ausente das funções dos rins, o acúmulo de água no corpo pode resultar em complicações graves, incluindo risco de morte.


A nutricionista, Elisabeth Ribeiro, com base nos dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), destaca que as doenças renais crônicas afetam mais de dez milhões de brasileiros. “Conforme o tipo e a fase da doença, o gerenciamento de fluidos é crucial para evitar danos à saúde e melhorar a qualidade de vida. São orientações essenciais para pacientes renais com diurese reduzida ou ausente”.


Elisabeth acrescenta: “Para entender melhor, é importante saber que a redução da capacidade dos rins para filtrar e eliminar o excesso de fluidos pode causar retenção hídrica no corpo. O consumo excessivo de líquidos, seja através de água ou alimentos, pode levar a problemas como edema, elevação da pressão arterial e alterações cardiovasculares e respiratórias. Detalharemos melhor esses efeitos”.





Abordagem


Durante as ações, a equipe multidisciplinar do HRAS utiliza garrafas com volumes específicos de líquido, variando de um litro a cinco litros, para demonstrar o peso correspondente a cada quantidade. Cores como verde (normal), amarelo, laranja (atenção), vermelho e roxo (elevado) são empregadas para indicar os riscos associados ao aumento do peso e a importância do monitoramento.


Para a nutricionista Elisabeth Ribeiro, é essencial adotar estratégias educacionais para melhor compreensão. “Na maioria dos casos, tratamos de pessoas idosas ou advindas do interior. Por isso, a iniciativa busca facilitar o entendimento sobre o ganho de peso e capacitar os pacientes a adotar hábitos alimentares saudáveis e controle hídrico que, a longo prazo, promovam uma melhoria na saúde”, afirma.


Além das palestras promovidas pela equipe multidisciplinar e médicos da unidade hospitalar, os pacientes interagem com recipientes contendo líquidos para visualizar e sentir a quantidade de líquido retido no corpo com base no ganho de peso. “Esse método também pode ser utilizado em casa, com garrafas PET ou recipientes semelhantes”, observa Elisabeth.


O paciente, Nivaldo Cardoso, de 64 anos, compartilha sua experiência: “Faço hemodiálise três vezes por semana no HRAS, sempre às segundas, quartas e sextas-feiras. Confesso que não monitoro muito a ingestão de líquidos, mas bebo água de forma equilibrada. Quando sinto sede, prefiro chupar cubos de gelo, o que me faz sentir bem e evita a retenção excessiva de líquidos”.


Riscos e recomendações


O acúmulo excessivo de líquidos pode causar edemas — inchaços — nas pernas, tornozelos, pés, mãos e até no rosto. Além disso, pode resultar em desequilíbrio de minerais e aumento da pressão arterial do acometido. A hiper-hidratação também pode levar à insuficiência cardíaca, uma condição em que o coração não consegue bombear o sangue adequadamente. Além disso, há riscos de óbito.


Dada a importância do tema, a coordenadora de enfermagem do STRS, Lucinéia Veloso, reforça a necessidade de divulgar essas informações a toda a sociedade. “É um assunto de interesse não apenas para os usuários do hospital, mas para todos, pacientes e familiares fora da unidade, a fim de assegurar um tratamento adequado e garantir o bem-estar dessas pessoas”, destaca.


Lucinéia Veloso recomenda as seguintes práticas para garantir a eficácia do tratamento:


Educação do paciente: O médico que está atendendo o paciente e familiares precisa informar sobre a importância do controle de líquidos e como implementá-lo na rotina diária; Acompanhamento regular: Consultas frequentes com o nefrologista para ajustar o tratamento e assegurar que o controle de fluidos esteja adequado;

Controle do peso: Identificar rapidamente o acúmulo de líquidos. Um aumento significativo no peso entre as sessões de diálise pode indicar retenção de fluidos;

Uso de diuréticos: Podem ser prescritos para eliminar o excesso de líquidos, mas devem ser monitorados rigorosamente por um médico;

Evitar alimentos que aumentam a sede: Reduzir o consumo de alimentos doces e salgados, que podem intensificar a sede;

Evitar excesso de alimentos líquidos: Alguns exemplos como sopas, caldos e café podem atrapalhar o controle de líquidos;

Manter a garrafa com o volume diário permitido: Para não ultrapassar a quantidade de água recomendada, é útil ter uma garrafa com o volume diário autorizado pelo nefrologista sempre à mão.


Referência


O Hospital Regional Dr. Abelardo Santos, localizado no distrito de Icoaraci, é a maior unidade pública do governo do Pará. A instituição é administrada pelo Instituto Social Mais Saúde (ISMS), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). Conta com um serviço de pediatria de urgência e emergência, além de leitos clínicos.


A unidade é referência no atendimento à mulher e à criança, em quatro frentes pediátricas: pronto-socorro, cirurgia, internação clínica e Unidade de Terapia Intensiva (UTI), além do acolhimento nas Unidades de Cuidados Intermediários (UCIn). A pediatria do HRAS está estruturada com 10 leitos de UTI, 25 leitos de clínica pediátrica e um pronto-socorro infantil, com atendimento 24 horas.



Por Assessoria de Imprensa

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